segunda-feira, 3 de junho de 2013

Sobre algumas coisas do amor...









Sabe aquela sensação que a gente tem quando o mundo parece parar, quando do lado de cá, as coisas parecem confusas,tudo parece fora do lugar,assim meio bagunçado?Os problemas se perdem das soluções e você ali,perdida também como num labirinto emaranhado feito cordão embolado?
Pois nessa hora o amor, sem dizer uma única palavra vem devagarzinho tocar em sua boca e fazer com que o sinta em toda sua grandeza.
Amor de verdade se sente com os olhos...Muitas vezes a gente se engana e pensa que sentimento precisa ser registrado em cartório,autenticado e com a firma reconhecida para ter validade.
Então...O Amor,com um jeito manso,assopra em seu ouvido uma brisa suave que espanta os pensamentos ruins,coloca suas coisas no lugar,pega toda aquela tralha sem serventia e despacha para longe,num lugar que você não vai mais encontrar.Rasga todas as suas dúvidas,apaga aquilo que te machuca.
Aí ,você solta aquele ar preso do seu peito e sorri...Sem dizer uma única palavra ,ele,o amor, sorri de volta.Desse jeito...
As palavras que não precisaram ser ditas são sentidas com os olhos,apenas com os olhos. O silêncio mais cheio de significados que acalma e tranquiliza.
É,o amor tem dessas coisas...



                                                      Vanessa Cony

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Tempo...








Caminho na beira do mar observando meus pés...Fincados na areia,marcando  meus passos.Olhar preso no horizonte e a alma voando no meio das lembranças.O infinito também está nos grãos de areia e não só lá,nas estrelas.
 Percebo a minha incapacidade de contar as areias do mar,as estrelas do céu e o amor do meu peito.A brisa toca meu rosto,afaga meus fios de cabelo e sopra em meu ouvido teu nome que ecoa e se repete no amontoado de pensamentos.Queria ter o tempo entre minhas mãos e segurar o instante precioso onde meu olhar encarou o seu,onde meu corpo tremeu e sorriu.
Lembro do tempo em que o sal salgava meu rosto tentando tirar aquele gosto doce e bom que tua boca deixava marcado em mim.Lembro do tempo da espera aflita,dos segundos eternos da tua ausência e de como o vazio enchia meus dias.
Foi num piscar de olhos, no instante das pálpebras fechadas que meu sorriso tímido,medroso mas cheio de esperança voltou a enfeitar meu semblante.Aos poucos meus dedos foram desenhando uma nova história e o tempo cultivando novos parágrafos fez vida em nossas vidas.
As águas do mar molham meus sonhos,limpam aquelas tristezas comuns para que pense em tudo daqui para frente...
O futuro são as estrelas do céu,são as areias do mar que não consigo contar mas que estão sobre minha cabeça e sob meus pés. 
E o tempo...Ah,o tempo!O tempo soberano permanece cuidando daquilo que sinto.



                                                                          Vanessa Cony

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 Amor. Faz muito tempo que sinto e no entanto o que sinto permanece intacto apesar do tempo...

sexta-feira, 22 de março de 2013

Tudo que desejou ser...







Desejo antigo.
Escrever com minha ¨Florzinha¨mineira,tecemos as duas,costurando a alma e a poesia.Tudo para ser aquilo que desejamos.
Ser apenas amor...



Ela teceu nos outonos uma história bonita. Suas letras vieram fazer morada nas areias. Janelas abertas; pontes estreitas...
O brilho do Sol ia se pondo e coloria o alaranjado das paredes do peito. Tinha como legado pincelar as desordens da Vida. Retirava com suas mãos pequeninas a delicadeza que lhe cabia para espalhar carinhos e tocá-los. Sua história era a promessa que jamais seria cumprida, mas precisava aprender com as águas do Mar a cumprir seu destino. 
O firmamento era artefato, a Lua sua platéia. As dunas subvertiam o intimismo poetando as noites. O vento, fruto feminino desembrulhando a seda, a pele, o esvoaçar dos cabelos. Ela moldava seu Amor nas linhas macias da voz dos seus versos, origamis nas asas do infinito. Destemida transbordava com aqueles encontros, meramente poéticos. Desarmava toda sua alma, era inteira verdade, era à flor da pele. Plena - ave esvoaçante nas palavras, pretérito perfeito, película que o verbo traçou em dia de céu azul, pra versar com ele o Amor.
A rima que nunca deixou de dedilhar no piano, nas linhas das próprias canções era a sua própria alegria. Queria contar histórias desavisadas, à margem da orla pra despir suas tangências. Mas ele semeava um amor sem querer prová-lo, metamorfoseava silêncios e sumiços. 
E com traços delicados e seu cabelo trançado sonhou... Menina ainda sonhou.
E trouxe o sonho um moço.
Moço de rosto anguloso, cabelos curtos e de palavras bonitas.
O vento bagunçou seus cabelos e desfez a sua trança, aqueles fios soltos confundiram seus olhos e já não sabia mais se aquilo ainda era Amor.O tempo passou...
E foi o tempo, com suas mãos delicadas que afastou os fios dos seus cabelos.
Enxergou além, tinha um oceano inteiro entre eles. No mar do moço navegavam muitas outras, cada uma com seus próprios sonhos....
E ele, jardineiro do mar, regava flores, colhia pétalas e só por capricho ia enfeitando seu jardim ... Sem saber que arrancar as pétalas das moças doíam suas flores.
Ele travava uma luta interna entre o querer e o ser. E assim, não era nada além do sonho de todas.
Em alguns dias amanhecia curada, mas como numa febre terçã aquele rosto ainda lhe visitava.
E caprichosamente ele vinha e mantinha o seu amor...
O Amor demorava a amadurecer, mas ela tinha urgência em amar e o seu único remédio era mesmo o tempo.
E foi o tempo costurado letra a letra, poesia de minutos que fez dos seus instantes, algo mais leve para suportar a falta que lhe fazia de amar.
Mesmo sabendo nadar, ela, menina das tranças desfeitas, quase afogou. Quase afogou nas vezes que seus olhos se perdiam dos dele, todas às vezes que no instante das pálpebras fechadas, ela se perdia das lembranças doces.
Mas caprichoso como era a tinha em qualquer instante. Como um bibelô de louça, enfeitando a prateleira, que vez em quando é trocado de lugar.
Era duro amar a distância quando o que mais queria era estar ao lado... Era a vontade de gritar bem baixinho: T e a m o.
E dizer aquilo que mais queria - Ele.
Desembrulhou alguns papéis, alguns em pedaços e outros cheios de escritos naquela mesma estante. Foi quando na verdade o caminho se abriu. E ele, do queixo anguloso, não lhe pode ter, mas mais adiante foi o poema em que as estrelas revelaram pra que ele lhe pudesse ler. Fez-se um sopro, uma brisa entrecortando à tarde, sua alma como nuvem macia e o seu Amor poetado sorriu, por ainda assim ter sido tudo que desejou ser.

(Vanessa Cony & Fernanda Fraga)

Para ouvir:
http://www.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3FNR%3D1%26v%3DKYpmBj9CsEM%26feature%3Dendscreen&h=pAQEV9Pdn

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Sobre a imaginação...







O amor é (des)ilusão cultivada por todo aquele que espera ver o sentimento virar realidade...




Quando a gente ama imagina diálogos.Varre as desilusões para debaixo do tapete e enfeita a palavra com flores só para ver poesia naquela folha em branco do amor não correspondido.
Quando a gente ama imagina (re)começos como se o ponto final fosse ponto de partida de uma mesma história mas com um novo enredo.
Quando a gente ama imagina possibilidades em todos os instantes e espera por eles com o coração aflito sentindo os segundos como quem sente a eternidade .
Quando a gente ama imagina ver ,em todo lugar, aquilo que não se enxerga,aquilo que não se toca e não se mede.
Porque quando amamos, a gente imagina e sente...


                                                                                             Vanessa Cony

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sábado, 26 de janeiro de 2013

Daquilo que não esqueço.






No silêncio as palavras se desdobram.
Palavras não ditas que dançam em meu pensamento
Toda vez que fechos os olhos e vejo você.
Toda vez que ao abri-los vejo que não está ao meu lado.

Como cansa parecer forte e indiferente a tua ausência
Minhas forças se esvaem junto as lágrimas que insistem salgar meus lábios...

E mergulho nessas águas
Para lavar a minha alma
Minha alma impregnada de você
Que não me deixa esquecer
Sou sua,ainda sou sua...

                                                            Vanessa Cony
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São muitas as histórias que inspiram...Mas é sempre o amor que toca minhas mãos.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Intenções...














A minha intenção sempre foi o amor.Porque é o amor que me movimenta...



E sempre foi assim, desde que conheci o sentimento,desde que conheci o substantivo e comecei a praticar o verbo.
A minha intenção sempre foi manter a alma leve e macia só para você me abraçar e não se machucar e ser conforto para os dias de tua angústia.
A minha intenção nunca foi ser o maior,nem o melhor amor do mundo só para você me escolher,minha intenção foi ser simplesmente amor e você,no meio de tantos amores disponíveis, olhar para mim e querer ser o meu.
A minha intenção foi ter olhos para enxergar tua essência e entendê-la e mesmo depois de descobrir tuas debilidades fazer da essência- perfume.
A minha intenção sempre foi estar ao lado mesmo quando a censura dizia que meu lugar era atrás.E não ser julgada por isso,pois quem ama entende o coração de quem ama.Quem ama entende que amor só abre mão do amor quando não o encontra mais.
Então eu quero que você entenda minha intenção.
A minha intenção é ser amor...Só.

                                                                               Vanessa Cony

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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Pano branco










É essa falta de conformismo que me traz a agonia das palavras que nunca podem ser ditas...


Eu não me conformo.Não me conformo em perceber que aquilo que é cantado não costuma ser vivido.É quando as palavras são apenas ditas mas ocas parecem não possuir alma,é quando elas saem de uma mente privilegiada  quando na verdade deveriam vir do coração,que também deveria ser o que diz ser- privilegiado,é quando a música bate num compasso desafinado.E os ouvidos doem...
Porque quando a casa é esse músculo que fica no meio do peito, elas tem o nome de verdade e não são contrárias as atitudes.
Sabe,posso parecer ingênua,boba mas também sinto quando escuto,quando a pronuncia não corresponde a realidade,quando o tom está fora do contexto.
E nem o meu lado geminiano me faz contradição .
É por isso que não me conformo.Não me conformo em não saber de verdade o que trazem nessa bagagem de mão e minha mente curiosa não se conforma.
Por outro lado eu entendo,nossos sentimentos atrapalham a visão dos acontecimentos e os olhos se embaçam...Mas olhos embaçados nada tem a ver com aquilo que trazemos na ponta dos dedos,naquilo que a gente toca e sente..Os outros sentidos se preservam e então posso sentir o cheiro ,a maciez e a melodia das verdades.E das mentiras...
Entenda,isso não é julgamento.Isso é sentimento.Porque é assim que sinto.
E olha,eu costumo acreditar nas pessoas.Ah...Se elas soubessem.
Se elas soubessem que na minha mão tem um pano todo branco pronto para sacudir para bem longe aquela poeira encruada que a tempos estava acumulada e que hoje não faz mais sentido...Se elas soubessem que estou pronta para ouvir as verdades e não sofrer por isso.
Mas acho que elas não querem mesmo saber o que sinto,muito menos o que trago nas mãos e dentro do meu coração.
Porque elas também não sabem que não me conformo com a guerra.E não me conformo porque eu sou de paz .



                                                          Vanessa Cony
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¨E não tem cura...acho que me perdi numa excursão que fiz na tua certeza e na contradição.¨Teatro Mágico.