terça-feira, 7 de agosto de 2012

Conto 2







Já mulher feita por vezes se sentia  menina.
Volta e meia brincava com seu bauzinho.Nessa hora se despia de mágoas e fantasiava sentimentos.
Seus pais sabiam que quando batia a porta ia direto no seu mundo, abria as portas do armário e aquela última gaveta.
Derramava uma lágrima discreta,acariciava seu rosto e prosseguia.Escondida embaixo de blusas antigas,sem uso, ela estava lá-sua caixinha de letras,embaralhadas,misturadas com todos aqueles sentimentos que um dia fizeram parte da sua própria história.
Teceu com tanto carinho os retalhos e imaginou um grande pano de fundo para o seu amor...
Mas algo se partiu,rasgou...Ficaram os pedaços manchados pelas tantas lágrimas que um dia derramou.
E amou ,amou e amou.Amou tanto que esqueceu o que era o não amar.
Encontrava no se refúgio pedaços seus,alguns com forma,outros ,resquícios de uma imagem que existia somente na suas lembranças,época em que toda a sua ingenuidade lhe permitia sonhar com olhos abertos e as circunstâncias contrárias não roubavam a certeza que carregava no peito.
Sim! Seu amor era ¨O Amor¨,e ele,suficiente para fazer da sua história a melhor poesia de todos os tempos...
Mas o tempo foi roubando aquela ingenuidade e sorrateiramente lhe apresentou uma realidade doída onde descobriu ,a duras penas,que o seu amor era somente seu e o outro,a quem destinava seu amor,não poderia ser seu alvo.
Seu peito apertado enfraquecia suas mão delicadas...

                                                                                                Continua em outro tempo ,em outro momento.
                                            Vanessa Cony
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